Anahy Guedes.
Sou uma guaina missoneira
Misto de selva e de pampa
Que acorda anjos musiqueiros
Com Sapucai quando canta
Carrego as Missões nos dedos,
e o Rio Grande na garganta.
Ponteio a guitarra e toco,
Esquilo ovelha e carneio
Se não tiver domador,
Me apresento e gineteio
Pelo Rio Grande e as Missões
Se for preciso peleio.
Cada vez que canto viajo
Pra um tempo em que não vivi
Voltei da taba da história
Aonde um dia eu nasci,
Fruto de um avô gaúcho e de uma avó guarani,
Fruto de um avô gaúcho e de uma avó guarani.
(tempo)
Sou galandria dos Sete Povos
Que até São Sepé campeiro,
Quando me escuta do céu,
Mateando ao pé do braseiro,
Espanta as penas que tem,
Com um sapucai missioneiro.
Por isso é que cantar assim
Esta guaina missioneira,
Mescla de gaúcha índia
A velha estirpe e guerreira
Que tingiu a terra de sangue,
Pra me deixarem de herdeira.
Cada vez que canto viajo
Pra um tempo em que não vivi
Voltei da taba da história
Aonde um dia nasci,
Fruto de um avô gaúcho e de uma avó guarani,
Fruto de um avô gaúcho e de uma avó guarani.
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.