Um sentimento costeiro
Tomou conta do meu coração
E com uma linda chamameceira
Floresceu esta paixão
Numa bailanta chamameceira
Numa domingueira eu encontrei você
E em seus braços senti emoções
E o coração pulsou um chamamé
E no encanto desse embalo índio
Estremece o peito em avañe’e
E o sapukay desperta a fronteira
Unindo povos de quatro bandeiras
Para bailar na chamameceira
Entre a poeira e a fumaça o fandango empeza
O tempo esquenta e a indiada se assanha
Tinido de espora, estalo de mango
Estouro de bala, acorda a campanha
Uma chamameceira apoiada em meu peito
E a alma empolgada numa meia canha
Na pampa grande de muitas pelejas
Hoje alegria e muita festança
Jogo de truco, clavada de osso
Guitarra, cordeona, cachaça e a dança
No sapateio com a prenda amada
Lateja em meu peito o amor e a esperança
Nesse entrevero de china e crioulos
Bebem tradições na mesma vertente
Sonho com a pampa um dia sem fronteira
E o canto missioneiro espalhando semente
Ecoa nas águas do rio Uruguai
Um chamamé unindo continentes
Denominação genérica do Baile Gaúcho.
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Mistura e confusão de pessoas, animais ou coisas.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).