(Dionísio Costa/Alberi Silva)
A minha gaita sabe o que eu gosto de fato
Pois é o retrato da arte bem sucedida
Sonoridade que avaliza meu talento
Santo instrumento que abençoa a minha vida
É uma parceira nos bailes me amadrinhando
E me inspirando quando eu me atraco a cantar
Eu devo a ela se hoje tenha alguma fama
Porque ela chama o povo pra me escutar
De baile em baile o cansaço é coisa pouca
Pra calar a boca da tristeza eu sou um taita
A minha vida é uma eterna gauderiada
Estou na estrada tapando o mundo de gaita
Pra fazer festa cada um tem sua crença
Mas dá licença que a gaita vem primeiro
A minha vida que eu considero bem boa
Seria à toa se eu não fosse gaiteiro
Esta minha gaita me faz ficar exibido
É um cupido, seus acordes feito um choro
Pois se me agrado da fandangueira mais bela
O choro dela me facilita o namoro
De baile em baile o cansaço é coisa pouca...
Quero dizer pra gauchada mundo afora
Não é de agora, é um sonho desde guri
Num som antigo compassado deste jeito
Com a gaita ao peito, bem feliz estou aqui
Deixo amizade em todos lugares que passo
Com ela eu faço festa, fandango e bailanta
Uma parceira que eu levo pra vida inteira
É a botoneira me amadrinhando a garganta
De baile em baile o cansaço é coisa pouca...