(Adão Candido de Oliveira/Alberi Silva)
Meu pingo atirando o freio, a trotezito, faceiro
E eu de chapéu tapeado, no estilo bem campeiro
Com licença, gauchada, tá chegando um missioneiro
Vou falar da minha terra que tem um povo feliz
Lá nos pagos missioneiro', lá no garrão do país
A indiada são taura e bueno, não volta atrás do que diz
E a velha hospitalidade todos trazem de raiz
No meu pago missioneiro não tem do tal mais ou menos
Quando se dá um oh de casa, ninguém dorme no sereno
Todos vão lhe receber, do mais velho ao mais pequeno
E ao te dar um buenas tarde', tira o chapéu num aceno
Depois de lhe receber, lhes convidam pra sentar
E a prendinha missioneira bota a chaleira a esquentar
E um gostoso chimarrão logo começa a cevar
Enquanto o índio velho segue contigo a prosear
Depois de uma mateada, lhes garanto, companheiro
Uma boia macanuda, bem no estilo campeiro
Mandioca, feijão mexido e um gostoso carreteiro
Provando a hospitalidade no rancho de um missioneiro
Logo se forma a tertúlia ao pé de um fogo de chão
E um taura abre a garganta, bordoneia um violão
Cantando as coisas do pago e os costumes de galpão
Embalando uma vaneira com a gaitinha de botão