J. c. leite
balanço
desde a sétima janela até onde a vista alcança
se esvai minha vida moça com pôr de sol da esperança
se encarcera do meu corpo minha’lma voa com a rola
que vem fazer companhia pras minhas lembranças tolas.
casarão vive em si mesmo, meu mundo quase no fim
e sem casta ela nas velas pedras brancas de jardim
se encarcera do meu corpo, me resta um sonho encardido
quem navega já sem rumo tal qual um barco perdido
voa rola pomba voa, voa e vai dizer a ela
que anda e refaz o rumo desta sétima janela
nessa ilha enjaula o corpo, mas no meu potro pensar
não pode sentir-se preso quem tem ânsias de voar
vou e venho pelas grades como pomba no parapeito
assim vou mantendo a chama de ser livre por direito
a noite a lua faceira passei em suave bailado
me transporta ao ninho antigo, onde além eu sou lembrado.