Paulo Martins / Moraezinho
Não faz muito que ouvi um passarinho cantando
Seu cantar era tristeza, mas eu fiquei escutando;
Ouvindo o seu lamento eu fiquei imaginando
Que a própria natureza também estava chorando.
Quem só cantava alegria hoje só canta tristeza
Dia e noite, noite e dia eu choro com a natureza.
Comecei imaginar nossas águas poluídas
A cada dia que passa novas ordens são cumpridas
Nossas próprias esperanças já estão todas perdidas
O progresso esta matando a vida de nossas vidas
Já ouço o siriri que faz festa no verão
Também foram destruídas por culpa da evolução
Estão matando carancho, urubu e gavião
Até mesmo o quero-quero já esta em fase de extinção.
Já não escuto os ta-hás cantando no banhadal
Também foram destruídas pelo progresso infernal
Me lembro das madrugadas quando ouvia este caso
E hoje ao encontrar mortos eu choro em seu funeral.
Arisco.