Eu tomo mate numa bomba torta
Ninguém se importa do cano comprido
Lá no meu rancho a fresta é uma porta
Mas mesmo assim me considero rico.
Minha cherenga de velha não corta
E uso um porongo em vez de pinico.
Sem ti, ti, ti; sem blá, blá, blá
Sem diz que diz e sem lero-lero
Cá na campanha to vivendo bem
Só porque eu vivo do jeito que eu quero.
Não gasto polva em chimango magro
Não entro no mato sem minha cachorrada
Não faço atalho, nem cuspo no fogo
E não brinco com arma tando carregada
Não laço vaca em corrida de touro
E nem puxo namoro com mulher casada.
Não compro queijo sem saber de quem
Não como ovo sem tirar a gala
Eu não pechincho e nem pergunto preço
E ate nem conheço quem me rasgue o pala.
Vou pra cozinho quando eu embrabeço
Mas quando eu esqueço dou volta pra sala.
Não me orgulho de ser corajoso
Mas sou orgulhos da minha valentia
A ignorância que matou o teimoso
E eu só sou valente de sabedoria
Quem faz espera não me acerta o toso
Por que o pretensioso que usa covardia.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Ave rapinídea; alcunha dada em 1915, aos Borgistas (usuários do lenço branco com nó comum).
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.