INFORMAÇÕES DA MÚSICA

No Bojo da Peleia

Miro Saldanha

CD O Rastro e a Poeira (2009)

Meu pai já me dizia essas verdades,
Que o tempo vai domando as rebeldias.
De que valem conselhos, nessa idade,
Se o mundo não nos enche as mãos vazias?
A juventude é um rio que nos arrasta,
Embalando, nos sonhos, nossos dias;
E nem o horizonte, que se afasta,
Já não basta
Nem tem a dimensão das fantasias!

REFRÃO
Cidade grande é igual faca de corte
Onde a mão do mais forte é quem chaireia;
É preciso ter raça e muita sorte,
Nos momentos que a morte negaceia!
Assim, vou segurando a vida guapa
E, se o laço me escapa, a briga é feia!
Mas, o que é outro tombo ou mais um tapa
Pra quem já vem no bojo da peleia?

De vez em quando, bate uma saudade;
Só então nos lembramos das feridas.
Porém, já não depende de vontade,
Já não temos a chave das saídas!
A frieza sem rosto da cidade
Vai desumanizando nossas vidas;
E, assim, a gente perde a identidade! É verdade!
Vira boi, no curral das avenidas!

Mas, um dia, 'inda volto pra o meu chão,
Pra ver campo e clarão de lua cheia,
Onde o povo tem alma de cigarra
E o tinir da guitarra 'tá na veia!
Até lá, eu seguro a vida guapa
E, se o laço me escapa, a briga é feia!
Mas, o que é outro tombo ou mais um tapa
Pra quem já vem no bojo da peleia?

REFRÃO

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