Nasci num rancho de barro que esbarra no horizonte
montei em potro aporreado reliquias do próprio dono
e por ser meio aragano cruzei rios várzeas e montes
cruzei rios várzeas e montes por ser meio aragano
cresci num fundo de campo aonde o berro ressoa
e quantas lembranças boas trago na alma guardada
me criei dando braçadas nos remansos da lagoa
nos remansos da lagoa me criei dando braçadas
de menino ainda me lembro de quantas vezes eu pude
sentar na taipa do açude iscando minhas própias mágoas
puxando peixes de prata que correm embaixo das águas
que correm embaixo das águas puxando peixes de prata
tenho muito de mangueira de invernadas e galpões
e bebi o mate dos velhos recostado nos fogões
e a tristeza caborteira que em meu peito se amarra
pra amanusear a saudade bordoneando uma guitarra
bordoneando uma guitarra pra amanusear uma guitarra