Menina, eu tenho pensado que tipo de agrado posso te ofertar;
E já nem durmo mais direito, procurando um jeito de me aproximar;
É como se me acovardasse, diante dessa classe e desse olhar no chão;
E, ao rubor da tua face, minha voz calasse sem explicação.
Menina, eu ‘tô calejado de algum desagrado que a vida me fez;
Mas hoje, diante do teu rosto, me voltou um gosto de primeira vez.
Menina, eu conheço um tanto da palavra pranto que os teus olhos têm;
E o sabor que vem no mate quando a porta bate por detrás de alguém.
REFRÃO
Porém me desfaço das penas, pra valer a pena;
A vida é uma estrada buena pra se andar a dois.
A gente se ampara um no outro nos primeiros passos,
E, amanhã, pensa nos passos que dará depois.
Se basta um sopro do destino pra mudar a sorte,
Eu tenho um rancho de bom porte, ali, beirando o rio;
E me basta um sorriso de sim nesse rosto corado
Pra nunca mais matear ao lado de um banco vazio.
Perdão se te causei espanto, te dizendo tanto, assim, de uma só vez;
Perdão se toda essa ansiedade, de algum modo, invade a tua timidez;
Faz tempo venho no sufoco, e conversar um pouco me fez bem demais;
Mas tudo veio num relance, e se eu perdesse a chance não diria mais.
Eu sei que parece inseguro, pra um homem maduro, se portar assim;
Mas é que já vivi bastante e achei importante te falar de mim.
Me sinto meio adolescente, aqui, na tua frente, com tremor na voz;
Redescobrindo, no teu jeito, que o sonho é um direito que é de todos nós.
REFRÃO (bis últimas duas frases)
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