(Daniel Rodrigues "Tatu")
A gaita ronca num fandango bem campeiro
Bamo', gaiteiro, puxa o fole, não te acanha
Se tá cansado, dá pra cá que eu toco um pouco
Sei que tá louco pra tomar uns trago' de canha
E nesse tranco já se bamo' pra consumo
Marcando o prumo na cabeça da mulita
E dê-lhe xixo, dê-lhe tranco noite afora
Que a gaita chora na bailanta das cabrita'
Gaiteiro véio já tocava meio impedo
E o chinaredo arroçava no salão
Bamo' atracando até fazer saltar cavaco
Metendo um naco, aproveitando a escuridão
E nesse tranco já se bamo' pra consumo...
O baile esquenta, pega fogo e fumaceia
Quando incendeia que a coisa fica bonita
A gaita ronca que nem fogo na macega
E a coisa pega na bailanta das cabrita'
E nesse tranco já se bamo' pra consumo...