(Érlon Péricles)
Hoje eu tô largando pra fronteira
Vô com muita pressa pra chegar
Sinto que a saudade me cutuca
E o meu sentimento vive lá
Boto pra quebrar nesse upa-upa
Morena, não retruca que eu não posso me atrasar
Vô chegar cantando, bem de madrugada
Sei que a gauchada já me espera pra matear
Finco o pé no estribo, prendo o grito e dou-lhe boca
Que a saudade é louca e não avisa quando sai
Sou índio campeiro, flor de macanudo
E me vou campeando o rumo das barrancas do uruguai
Hoje eu tô largando pra fronteira...
Fronteira da saudade, lamento da cantiga
Poncho que me abriga das tristezas do caminho
Quem anda no mundo feito um pé-de-vento
Guarda um sentimento de querência com carinho
Mas, não demora, eu cabresteio esta saudade
E atendo as ânsias que o meu coração reclama
Vamo largando porque é longe a caminhada
E é verdade, meu compadre, como é longe uruguaiana
Hoje eu tô largando pra fronteira...
Lugar onde se gosta de viver; se quer viver; lugar do bem-querer.