(marcos serpa/ zé moraes)
pra quem se criou na estância enforquilhada no arreio
não existe tempo feio no serviço de campeiro
esta saga de caudilho de domar venta rasgada
côas espora preparadas roseteio o dia inteiro
no meu trage campesino das lidas de domador
boto sempre um tirador já do tempo bem surrado
bota negra relusenta, bombacha pano bem grosso
lenço cobrindo o pescoço, chapéu na testa tapeado
e assim o tempo passa brasei o sol no horizonte
se pondo de trás dos montes vem a noite como dona
penduro os trastes no gancho, solto o baio no galpão
enquanto eu sevo o chimarrão, vou tentiando a minha cordeona
e assim num grande abraço conversamos eu e ela
ela se faz de donzela pra encurtar a madrugada
na doçura deste embalo sinto na alma o seu floreio
encosto a cabeça no arreio frestiando a lua pratiada