INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Doze Braças

Os Farrapos

LP Doze Braças (1991)

Abre a porteira parceiro ao tranco venho chegando
Neste piquete da vida meus versos desencilhando
De à cavalo nesta rima potro que amansei um dia
E hoje troteia manco cabrestiando melodias.

Meu canto tem doze braças que atiro sobre este pampa
Em cada pago chegando boleia a perna e acampa.

Quando a peonada adormece cansada da dura luta
Por entre os pirilampos meu verso faz reculuta
Na hora que a galo canta meu peito explode também
São dois toques de alerta anunciando que o dia vem.

Trancei tentos de saudade com garras de amargos dias
Fiz um cabresto da noite pra palanquear poesias
No potreiro d aminha alma cavalgam velhas lembranças
E na voz do gaudério transmite amor e esperança.

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PORTEIRA

Espaço seccionado numa cerca.

TRANCO

Andadura lenta dos eguariços.

PIQUETE

Pequeno agrupamento de pessoas; também designa um pequeno potreiro, onde pastam os potros.

POTRO

Cavalo novo que ainda não levou lombilho.

MANCO

Quadrúpede que, ao dar o passo em frente, não consegue apoiar o remo (membro da frente) com desembaraço e perfeição.

PAMPA

Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).

PAGO

Lugar em que se nasce, de origem

CABRESTO

Apero de couro cru que prende-se ao buçal (pela cedeira ou fiador).

POTREIRO

Pequena invernada onde pastam potros, situado nas imediações de uma Fazenda ou Estância.

GAUDÉRIO

Vivente aventureiro que chegou na Pampa, vindo do Brasil-central; não tinha profissão definida, nem morada certa e não se amarrava ao coração de uma só mulher