Fiquei mateando solito, meu rancho quase tapera
a chinoca foi embora e eu tenteando numa espera
ouvi uma voz me chamando e um rangido de cancela
espiei pela janela, era ela, era ela!
abri a porta do rancho pra um abraço bem chinchado
quase com muito obrigado, foi bom você ter chegado
me falou arrependida: - no povoeiro me dei mal
faltou erva pro meu mate e teu carinho bagual.
preparei uma chimarrão à capricho pra nós dois
prosa vai, prosa vem e a desculpa entre nós dois
tu trocou o nosso rancho pelo luxo da cidade
eu sofri barbaridade, de saudade, de saudade!
até mesmo o pangaré que andava da cara feia
coma tua chegada mulher, bate palmas com as orelhas -
me falou arrependida: - no povoeiro me dei mal
faltou erva pro meu mate e teu carinho bagual.
tu nasceu pra ser chinoca, eu nasci pra ser xirú,
não pode viver sem eu e eu não sei viver sem tu -
nós nascemos um pro outro para o que der e vier
não te bobeia mulher, por que eu sei que tu me quer.
o nosso rancho é pequeno mas cabe bem tu e eu
vamos deixar de lado ainda, tu é minha e eu sou teu,
ou bem ou mal, ou mal ou bem; ou mal ou bem ou bem ou mal
tu já tem erva pro teu mate e o meu carinho bagual.