Venho de longe de volta de uma tropeada
Meu cavalo estropiou parei pra dar uma descansada
Ouvi um toque de gaita, cheguei pra dar uma fresteada
Arrasta-pé, gauchada arrasta o pé
É disso que o povo gosta, é isso que o povo quer
Esquentou a sola da bota e sinto um cheiro de chula.
Matei os peixes tomando banho na sanga
Quase que rasgo a bombacha no espinho da chapecanga
Vou me atracar numa prenda como quem vai pras pitangas.
Atei o pingo no espinho da ramada
Já entrei meio mancando com tal unha encravada
Quando eu danço me incomoda, é uma frieira degolada
Vou por coreto ajudar na cantoria
Peço pra tocar uma marcha e já tiro uma guria
E saio dando mais volta do que burro de olaria.
Eu de namoro com a filha do zacarias
Foi pra anca do meu zaino quase no clarear do dia
E o velho ficou gritando olha os modo com a minha fia.
Vila, distrito.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Pequeno córrego, bossoroca.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Afetivo de cavalo de estimação.
Cobertura tosca de um girau com ramas, para sombreamento ou “baile de ramada”.
menina, moça (Se usa em outras partes do Brasil)