Eu venho enforquilhado
Nesta guitarra baguala
Que até parece que fala
Num ponteio debochado
A gaita me faz costado
Amadrinhando os demais
No chão dos meus ancestrais
Abro meu peito agora
E entro arrastando espora
Na terra dos marechais
Venho do tempo em que a potrada veiaca
Tinha curnilho e maçaroca na cola
E matreriavam quando um par de boleadeiras
Só por matreira faziam um vôo pachola
O entrevero das potradas e das domas
Moldaram a estampa do taura em cima das garras
De peito aberto na volteada de um rodeio
Pealando anseios de sobre-lombo e cuchara
Este costume de viver pelas estâncias
Esta mania de cruzar de um pago ao outro
Peguei faz tempo, sou do lombo do cavalo
Laço e pealo e não tenho medo de potro
Trago na alma uma ansiedade xucra
De abrir meu peito e cantar a vida inteira
Pois o destino me fez taura igual a tantos
E quando canto, sempre canto pra fronteira
Sou rio grandense, maragato sem costeio
Morro peleando prá defender meu chão
Pois este apego me faz guerreiro de novo
E traz meu povo pra dentro do coração
Ando no rastro das comparsas e das tropas
Que um certo dia se perderam campo a fora
Fiquei solito mateando entre a fumaça
Que me adelgaça a cada romper de aurora
[declamado]
Talvez eu volte um dia numa trovoada
Ou na garganta de um fronteiriço cantor
Erguendo poeira num reboliço de tropa
Que se alvorota na volta de um corredor
Dois sentidos: nó enredado de cabelo ou crinas e ou intriga.
Mistura e confusão de pessoas, animais ou coisas.
Vivente que se pode recomendar.
Ato de percorrer o campo trazendo alguns (ou todos) animais.
Lugar em que se nasce, de origem
Ato de arremessar o laço (ou sovéu) e por meio dele prender as patas do animal que está correndo e derrubá-lo. Existem muitos tipos de PEALO, entre os quais:
Aficionado tradicionário e político, que ostenta o lenço colorado com o nó quadrado (quatro cantos ou rapadura); esse vocábulo, na origem designava ladrão de moça, de cavalo, de gado, etc.
Vila, distrito.
Só e isolado.