(Salvador Lamberty/Geraldo de Medeiros)
Coisa bem linda é viver de pago em pago
Fazendo amigos no aconchego do galpão
Firmando estribos dos costumes da querência
Num bom churrasco ou sorvendo um chimarrão
Nestes fandangos, lamparina e chão batido
Todos se encontram, desde a serra até a fronteira
Canto e recanto as coisas do meu estado
Bem cadenciado nos acordes da vaneira
Somos Andeiros, bem gaúcho e fandangueiro
Marca de pampa dos galpões e muita estrada
Por todo o pago sempre alegre e satisfeito
Abrindo o peito pra encantar a gauchada
Em cada festa fica um pouco de saudade
Esta saudade mais aumenta mundo afora
Quanta alegria sempre que estamos chegando
Quantos acenos sempre que se vai embora
Viver na estrada tem por lá os seus segredos
As maravilhas desta ciência de andejar
Somos gaudérios, andeiros deste destino
E missioneiro desta sina de cantar
Somos Andeiros, bem gaúcho e fandangueiro...
Em cada canto um pouquito das campinas
Em cada verso nossa alma fandangueira
Em nossa gaita não ecoa a tal tristeza
Nesta certeza que moramos na vaneira
Nosso Rio Grande tem a marca dos fandangos
E o nosso canto tem a marca da querência
Muito obrigado, Patrão Velho do Universo
Poder em versos retratar nossa existência
Somos Andeiros, bem gaúcho e fandangueiro...