(Geraldo de Medeiros/Pertino Martins)
Quando eu monto neste baio, num tranco bueno e macio
Vou desbravando coxilhas, cortando campos e rio
Este cavalo é parceiro de andar pelo rincão
Quando me avista, relincha pra comer milho na mão
O meu pingo é companheiro pra lida bruta e passeio
Bueno de rédea e de laço pra correr boi no rodeio
Quando estou enforquilhado me sinto maior que um rei
No lombo deste bagual muito troféu já ganhei
Quando eu "munto" neste pingo eu me garanto e não caio
Ando faceiro e pachola no tranco deste meu baio
Certa feita, uma prenda muito linda, por sinal
Queria que eu fosse com ela morar lá na capital
Pediu que eu deixasse o baio lá pelo campo, largado
Pois tinha muito dinheiro, mansão e carro importado
Recusei sua proposta e lhe disse com franqueza
Um campeiro que se preza não liga para riqueza
Prefiro andar sozinho, campereando neste baio
Pois não nasci pra cidade e aqui de fora eu não saio
Quando eu "munto" neste pingo eu me garanto e não caio
Ando faceiro e pachola no tranco deste meu baio