Tenho uma gateada ruana malacara pata branca
Boena de encontro e de anca sempre enrolada na graxa
Por que um índio de bombacha tem que andar bem embarcado
Pra pechar toruno alçado e arrebenta a tampa da caixa
Tenho um casal de ovelheiro e uma cadela barbuda
Escolta que muito ajuda no ofício de camperear
Se a volta é de amadrinhar hai que empenhar a camisa
Se o Rio Grande me precisa sabe adonde me encontrar
Quando o rio grande precisa
Sou dos que salta primeiro
Seja pra um tiro de laço
Ou pra sovar um caborteiro
Seja pra aperta um terneiro
Num dia de marcação
Se vê o valor de um campeiro
Nas horas de precisão
Tenho um poncho campo mar e um chapelão aba doze
Que me sustentam na pose de tropeiro e domador
À culatra ou no fiador faço a parte que me toca
Cruzando quilos de tropa por léguas de corredor
Moro num fundo de campo onde me sinto à vontade
Me fiz de força e bondade da gente deste lugar
Meu mundo é pampa e luar sol forte tormenta e
Brisa
Se o Rio Grande me precisa sabe adonde me encontrar
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Touro castrado.
Em tal lugar.
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.
Retaguarda.
Coletivo de militares e de bovinos.
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).