Rio Grande é muito grande a falta que tu me faz
Eu sinto cheiro de tudo que um dia deixei pra trás
Eu sinto cheiro de prenda no calentar do chamego
Sobre o chão do meu Rio Grande numa cama de pelego.
Eu sinto cheiro da erva na roda do chimarrão
Eu sinto o cheiro do gado num dia de marcação
Sinto cheiro de pelego que ficou no velho poncho
E o cheiro do graxaim quando vem rondar o rancho.
Sinto o cheiro da fumaça do velho fogo do chão
E cheiro da carne gorda pingando sobre o tição
Eu sinto o cheiro do laço pendurado no esteio
E o cheiro do pingo amigo suado mascando o freio
Sinto o cheiro de peleia numa mesa de baralho
Eu sinto o cheiro do cusco dormindo sobre o borralho
Eu sinto o cheiro do mato da pitanga e da cereja
Sinto o cheiro do rio grande aonde quer que eu esteja.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.
Pedaço de lenha que está ardendo no fogo, ou que já foi queimado em parte.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Afetivo de cavalo de estimação.
Contenda, disputa, combate, luta, batalha.
Pequeno cachorro (o mesmo que guaipeca).