(Elton Saldanha)
Mas vejam só, que baile, barbaridade
De certa feita aconteceu lá por bagé
Pois meteram toda gente da cidade
Na enormidade d'um galpão de santa-fé
Andava lá o gaúcho da fronteira
Com uma roqueira chacoalhando no embalo
A Berenice sapecava uma vaneira
E o Pedro Ortaça mostrava o timbre de galo
Rio Grande, berro de touro, quatro patas de cavalo...
E não tem lero, que o baile é do quero-quero...
Nico Fagundes só cantava pras gaúchas
E o Borghettinho só proseava por metade
E o Daniel Torres chamou o Biriva de bruxa
E o Tartarotti mandou por na liberdade
Paulo Deniz queria o som do Rio Grande
E o Alex já quis dançar sem camisa
E o Zé Cláudio tropicou num garrafão
Já puxou do seu facão: "no meu pala tu não pisa, tchê!"
Veio o capucho escondido nos cabelos
O Neto e o Bagre com uma gaita e um violão
Elton gadanha descascando um caramelo
Todo babado grudado no bicho bom
Dante Ledesma disse: "todos somos hermanos"
Talo Pereyra disse: "mas que frescura..."
E tinha um vulto que nem entrou no salão
Gritou cheio de razão: -nego bom não se mistura
..."-esse neguinho é gente fina"...
Nego bom não se mistura
Se elas falarem de mim
E não tem lero que o baile é do quero-quero...
Nesse baile tava toda a bicharada
Pato e o marreco quase que afogaram o ganso
E um bugio macho se grudou nas capivaras
E tinha a cara mais feia que o Celso Afonso
O Patinete trouxe a Xuxa e o Mano Lima
O Lutzenberger se deitou na ecologia
Juarez Fonseca disse: "bah! tá tudo em cima
Comigo é quero e mais quero
Eu quero é ver as gurias..."
Caetano Braun fazia versos de ouro
O Telmo Freitas disse: "me dá um gol de vinho"
Louco Monteiro queria achar um tesouro
Tambo do Bando rebolando de brinquinho
Vieram pra cancha os Garotos de Ouro
O Som Campeiro, os Bertussi e os Serranos
Os Nativos, os Mirins e os Quatro-ventos
Inté os bitres num showzão dos Araganos
Lá...lá...lá...lá...lá...lá...lá...
E não tem lero que o baile é do quero-quero...
Tipo de edificação que com o rancho forma um conjunto habitacional no RGS; numa Estância ou numa Fazenda, abriga o alojamento da peonada solteira, os depósitos de rações, almoxarifados, apetrechos, aperos, galpão-do-fogo, etc.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
O osso do jogo-do-osso.
Guariba, primata sul-americano.