(anomar danúbio vieira/juliano gomes)
quando a noite me surpreende cruzando a villa ansina
na ventena sem cortina recende o cheiro da farra
e uma inquietude me agarra entre fumaça e neblina
e uma inquietude me agarra entre fumaça e neblina
sujeito minha douradilha, troco o meu pala de braço
me apeio ao som de um gaitaço na encruzilhada da vila
e o muierio se perfila na sala, cortando espaço
e o muierio se perfila na sala, cortando espaço
a cordeona três ilheiras, por gaviona, corcoveia
num ranchito de fronteira quinchado de lua cheia
alço o liso e fundo branco, pra clarear o pensamento
e o baile acende no tranco dum chamarrão pacholento
e o baile acende no tranco dum chamarrão pacholento
a noite se para frouxa depois que armo o mundéu
brilha um pedaço de céu no olhar de cada morocha
que bailam de rédea frouxa no aperto deste escarcéu
que bailam de rédea frouxa no aperto deste escarcéu
hace´endo, pos, villa ansina que tu me cruza o caminho
pra quem vagueia sozinho pro templo da perdição
onde deixo o coração enredado num carinho
onde deixo o coração enredado num carinho
a cordeona três ilheiras, por gaviona, corcoveia...