Permisso, paysano, que eu venho judiado
O sol na moleira, a vida campeira
Batendo os costados
Permisso, paysano, pra um mate cevado
Que eu ando na estrada co'a vida encilhada
Tocando o cavalo
Sou da fronteira, me pilcho a capricho
Potrada é de lei da lida que eu sei
Aperto o serviço
Meio gente, meio bicho
Ninguém me maneia
Loco das idéias, sou duro de queixo
Um trago de canha, os amigos de fé
O pinho afinado tocando milongas
E algum chamamé
Com a alma gaúcha e um sonho dos buenos
Eu guardo a querência, que a vida anda braba,
E só mete a cara quem tem a vivência
Ah! livramento me espera num finzito de tarde,
Um olhar de saudade a mirar da janela
Lá onde o xucro se amansa
Na ânsia do abraço eu apresso o passo
Pra matear com ela.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Selvagem.