Letra: Rafael Ferreira
Dou de rédea e frouxo a boca
- a guitarra e um poema -
Dos rincões da minha saudade
No tranquear da cantilena.
Cantilena me remete
Ao rincão dos malacara,
Onde eu me ia pro campo
Assoviando sobre as garra.
Cantilena, quantas vezes,
Sussurrei junto à cancela,
Serenateando inibido,
De fronte ao rancho dela.
Da sanguita que eu vadeava,
Num capão de pitangueira,
Tinha o canto, cantilena,
De um sabiá laranjeira.
Cantilena... cantilena...
A guitarra e um poema.
Do regresso, uma saudade,
Quando me vou, mas eu fico,
Cada verso, cantilena,
Me sinto o pobre mais rico.
Cantilena me remete,
Ao rincão da esperança,
Das melodias das tropas,
Que empurrei quando criança.
Cantilena traz de volta,
Meu dialeto, diário,
De melodiar encilhando,
De prosear com meus cavalos.
Dou de rédea e frouxo a boca
- a guitarra e um poema -
Dos rincões da minha saudade
No tranquear da cantilena.
Cantilena... cantilena...
A guitarra e um poema.
Apero de couro (torcido, trançado ou chato) preso às gambas do freio, que servem para governar os eguariços.
Lugar isolado em fundo de campo.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Tem dois sentidos: pode ser um bosque e também pode ser um animal macho castrado (sem os testículos).