Das vez'me chamam de louco de caborteiro
Mas sou um peão campeiro, acostumado com a sorte
Cavalo brabo, bochincheiro ou ferro branco
Eu conheço o solavanco, vivo peleando com a morte
Melena branca, recuerdos de outras eras
Histórias de um índio quera que este meu cantar entona
Pelos bolichos em rodeio ou no galpão
Minha guitarra é um canhão, quando encontra uma cordeona
Gaudério livre riscando a vida de espora
Guitarreando mundo afora, razão da minha existência
Alma sulista, trago no peito a tenência
Nasci no velho rio grande, meu rincão, minha querência.
Trago a estampa da pura cepa baguala
E os buracos do meu pala são provas de muitas guerras
De goela aberta num sapucay missioneiro
Sou peleador sou guerreiro defendendo a minha terra
Não tem cabresto não tem cincha, nem maneia
Nem "gendarme", nem cadeia que segure a minha sina
Firme no basto, e quando Deus fizer o chamado
Vou morrer enrodilhado nos braços de alguma china
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Reunião para cuido, que se faz do gado.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Apero de couro cru que prende-se ao buçal (pela cedeira ou fiador).
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).