Sou índio cru desta pampa cativo da tradição
Fumaciando de galpão trago minh'alma curtida
Quando o sol vem me espiar acriolando as coxilhas
To changueando por uns pila no lombo xucro da lida
Sou quebra aqui da campanha que faz do laço um fiador
Com guisa de tirados cozinhada a tironaço
Quando o potro veiaqueia me planto bem nos arreios
E também planto-lhe o relho pra mostrar o dono do braço
É bem assim que eu sou me orgulho deste meu chão
É bem assim que eu sou
Vou trançando a minha história com tentos de tradição
Nasceu comigo esta cisma de domar cavalo xucro
Que o vagueando de gaúcho traz de berço igual chamego
Este trejeito de traura pra redomão queixo duro
Vem com semblante maduro já no "sentá dos pelegos"
Minha vida é um olho d'água cacimbando a minha pampa
Tenho orgulho desta estampa traduzida na bombacha
Trago dentro deste peito o meu rio grande o meu chão
Espelho do coração que só por china se agacha
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Tipo de edificação que com o rancho forma um conjunto habitacional no RGS; numa Estância ou numa Fazenda, abriga o alojamento da peonada solteira, os depósitos de rações, almoxarifados, apetrechos, aperos, galpão-do-fogo, etc.
Denominação dada à antiga moeda de “um mil réis”. Palavra regional que dá nome a moeda nacional, no caso o Real (ex: 10 pila, 25 pila - usa-se sempre no singular).
Selvagem.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.
Espécie de açoite.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).