(Paulo Siqueira)
Eu sou filho de uma terra que é de muitos conhecida
Não fica no fim do mundo, duas horas de corrida
Quando lembro minha terra sinto uma coisa doída
Dói mesmo, barbaridade, bem pior que uma ferida
Lá não mora muita gente, mas os que moram são bons
Usam bota e bombacha no inverno e no verão
Minha terra é muito boa que é coisa de encantar
Minha saudade é bastante, qualquer hora eu vou pra lá
Lá em casa, por exemplo, todos são trabalhador'
Começando do peão, seja o serviço que for
Lá a gente se acorda com o berro dos terneiro'
Relincha o cavalo baio, canta o galo no poleiro
Os bailes do povoado, não gosto nem de lembrar
Os gaiteiros são tão bons que dá mesmo pra elogiar
Quando chega a madrugada quase sempre dá enguiço
Vão puxando as ferramentas, é aquele reboliço
Com isso que eu contei da minha terra querida
Não disse o nome dela que é o principal da cantiga
Vou dizer o nome agora com orgulho destemido
São Jorge é o seu nome e Mulada é o apelido