São vinte dias desde junho a noite é longa
Atiço o fogo e o inverno já chegou
Dedilho o pinho o cabresteando uma milonga
Eu sou dos tauras que jamais encarangou
Preparo a alma pra enfrentar essa invernia
Porque a carcaça o tempo já retemperou
O coração ressolana de nostalgia
Campeia a china que a lo largo se extraviou
Nesta invernia, que noite bravia
A chuva judia a alma da gente
O frio não abate o queixo que bate
Pedindo um aparte pra um mate bem quente
A inspiração que no meu peito ainda floresce
Reporta versos pra os confins da madrugada
Sobre a fumaça do braseiro que me aquece
Abriga sonhos que colhi pelas estradas
Pouco me importa o minuano no meu rosto
Pois todo ano me deparo com esse qüera
Sepulto geadas de junho ao fim de agosto
Pra colher flores no final da primavera
Lugar protegido e abrigado do vento, que se toma sol no inverno (bom para lagartear).
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Vento predominante frio e seco, que sopra do quadrante SW (Alegrete, Uruguaiana, Quaraí, Barra do Quaraí) - donde habitavam os nativos (índios) denominados Minuanos (por essa razão), que se tornaram hábeis campeiros (laçadores e boleadores).