(Gilberto Lamaison/Nilton Ferreira)
Bueno! É fim de semana, o serviço em dia, vou ter que tentear um surungo. passei a semana inventando rima, pois me gusta abrir o peito de chegada. e, por cantar a verdade, já tem até autoridade querendo meu pelego! mas hoje, haha, lá no bom sossego, de novo vou abrir minha goela, graças a deus sem tramela. e, se não gostarem, empino a canha num gole, passo a faca no fole e, facilita, róbo uma donzela!
Pronto os encargos, largo meu mouro de lida
Pego o tordilho, tratado só pra fuzarca
Passa a semana no galpão quebrando milho
Mas quando sai, sai bombeando a maritaca
Corto caminho pelo campo dos portella
Pego uma aguada, mas desvio das porteiras
Gasto dobrado tendo um pingo só pra farra
Mas cruzo a sanga sem sujar a barrigueira
Abaralhando a barbela vai meu tordilho
Pisando miúdo, por galhardo, qual o dono
Levo de tiro lotes de versos campeiros
Um ho mola dupla e uma prateada coqueiro
Viro os pelego por mania de sestroso
Levo meu trinta recheado, mais o baleiro
Ando com fama de maleva pela volta
Só por entrar a cavalo num destes bailes campeiros
Entro na sala e vou abrindo a garganta
Nisso, me pisca a filha do dono da festa
Facilitando, róbo a china e corto a gaita
E, de novo, vou-me embora com fama de quem não presta
Abaralhando a barbela vai meu tordilho...
Aguardar.
Tipo de edificação que com o rancho forma um conjunto habitacional no RGS; numa Estância ou numa Fazenda, abriga o alojamento da peonada solteira, os depósitos de rações, almoxarifados, apetrechos, aperos, galpão-do-fogo, etc.
Afetivo de cavalo de estimação.
Pequeno córrego, bossoroca.
Corrente que une as gâmbas do freio.
Malfeitor, desalmado, mau e perverso.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).