(João Sampaio/Noel Guarany)
Na calma cinza da tarde
O rio lhe acena e atrai
Naquele caíque andejo
Suprema herança do pai
Nazário adorando a pampa
Espelhada no Uruguai
Nazário Laguna é o nome
Desse costeiro de guerra
Toda uma estirpe andarenga
Ele conduz pras encerras
O rio correndo em murmúrio
Vem ser sua única terra
Se criou ao longo da costa
Como tanto índio cochicho
Toreando a vida de frente
Entre balsas e bochinchos
À força de chibo e peixe
Charque e óleo de capincho
Nas bailantas campesinas
Ou nalgum rancho argentino
Que gusto vê-lo bailar
Com la guaina del camino
Floreando aliviava o peito
Num chamamé correntino
Vaqueano das corredeiras
Mesmo em noites sem luar
Quando havia mais espaço
Pra um cristão se alimentar
Nazário contrabandeava
Entre o Itaqui e Alvear
Costeando por estes pueblos
Nazário é um rio profundo
Laguna de canções lindas
Com seu murmúrio fecundo
Pois quando pega a guitarra
Acende uma luz no mundo
Guaina: Moça