Tenho um pala da mais fina trama
Ficou de herança dos meus ancestrais
Tenho arreios e aperos ponteados
De couros sovados que não se vê mais
São relíquias deste peão sem luxo
Talvez virem trastes quando eu me for
Mas pra mim que defendo na altura
A gaúcha cultura, é de enorme valor!
Nosso canto que brotou dos pastos
Na xucra linguagem do homem rural
Perpetuada nos botões da gaita
Em acordes de campo e voz de banhadal
São relíquias que, através do tempo
Não se modificam pela evolução
Tem raízes plantadas bem fundas
Em terras fecundas que não morrerão
Nossa gente demarcou fronteiras
Por onde passou, deixou rastros na história
O chão guarda, ungido de sangue
O passado e o presente vivos na memória
São relíquias que formaram um tempo
Mescla de ontem, hoje somos assim
Vivemos rodeados por almas antigas
De bento, ´artiga´ e josé san martín
Quando olho da porta do rancho
E a vista se alarga, buscando infinito
Vejo a minha querência esverdeada
Pintada por deus no entardecer bonito
São relíquias deste peão posteiro
Cenário abençoado aqui no parador
Apartado do resto do mundo
Encravado no fundo de um corredor
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Conjunto da encilha.
Preparos necessários para a encilha.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Lugar onde se gosta de viver; se quer viver; lugar do bem-querer.