Meu verso é laço na mão rural
Algum pealo de sobre-lombo
É polvadeira numa mangueira
No cimbronaço do belo tombo
À moda antiga, bem de à cavalo
Bocal e rédeas de couro cru
Um minuano, índio pampeano
Boleia as patas de algum inhandú
Boleia as patas de algum inhandú
Meu verso é mágoa de uma tapera
A fruta doce da pitangueira
Sente lembrança, gente da estância
Mateando a sombra de uma figueira
Tirei as loncas pra pontear corda
Minhas garroneiras, de uma bragada
Quando potranca, ficou lunanca
Na lida bruta de correr eguada
Meu verso é raça de antigamente
Desses gaúchos que a vida faz
Gente de guerra, cheiro de terra
Uma estampa de capataz
É tropa gorda num fim de maio
Já destinada pro matadouro
Uma invernada, bem povoada
Na primavera, briga de touro
Na primavera, briga de touro
Meu verso é campo por ser fronteira
Estância velha, tropilha buena
Salto da cama que esta semana
A pegada é grande e eu sou torena
Meu verso é mágoa de uma tapera
A fruta doce da pitangueira
Sente lembrança, gente da estância
Mateando a sombra de uma figueira