Dia desses numa curva desse rio
Cansado de remar sem parador
Aboitei minha canoa num remanso
E ergui o rancho pra cuidar do meu amor
Lá no alto da barranca sossegada
Entre os salsos e as flores da corticeira
Tem a calma do João-Grande quando passa
E a graça do olhar da companheira
Dia desses pelas águas desse rio
Silenciosa a canoa foi embora
Refletindo no espelho dos seus olhos
Os meus sonhos também foram rio afora
E o meu rio que era cheio de esperanças
Conuanças de auroras multicores
Agoniza na vazante dos carinhos
E eu sozinho não partilho os seus amores
(Porque insisto em navegar
Nas mesmas águas, se a mente anda atoa
O pescador sente saudades do amor
E o rio se vai chorando ausência da canoa)
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.