Milongueiro / José Duarte
Cordeona e prenda bonita são coisa s que me convém
Num fandango de galpão eu toco e danço muito bem
Se for preciso pelear saio peleando também
Vou contar de uma façanha certa vez ente nas ganhas
Com a cuca cheia de canha La no te arremanga e vê.
Uma cordeona e um índio que cante bem
Me faz lembrar dos fandangos lá do te arremanga e vê.
Fui pagar a minha entrada com uma nota de cem
Já ouvi uma piruada da boca não sei de quem
Subiu meu sangue pra cuia fiquei virado num trem
Dei um tapa no candeeiro e um ponta pé no porteiro
Já formou-se um entrevero lá no te arremanga e vem.
Gritou o dono da farra aqui não entra ninguém
Olhei pra cara do cara e disse não vem que não tem
O índio não era flor e flor eu não sou também
Ele disse nem te mete, me tocou o canivete
Chamei ele no bofete, e gritei te arremanga e vem
O índio não resistiu disparou a mais de cem
Dei um grito pro gaiteiro que não valia um vintém
Guasqueia uma bem boa que eu dançar com alguém
Fique de dono da sala sem gastar nenhuma bala
Dancei de espora e de pala lá no te arremanga e vem
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Denominação genérica do Baile Gaúcho.
Tipo de edificação que com o rancho forma um conjunto habitacional no RGS; numa Estância ou numa Fazenda, abriga o alojamento da peonada solteira, os depósitos de rações, almoxarifados, apetrechos, aperos, galpão-do-fogo, etc.
Cabaça para chimarrear (ou matear); em guarany caiguá.
Mistura e confusão de pessoas, animais ou coisas.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).