LP Aquilo Roxo Os Milongueiros

Tapera

Vertente de água, um matinho nos fundos
casebre por fundo, nos oitão caída,
parece mentira, meu primeiro lar,
volto a visitar, meu peito suspira

foi lá que mamãe entregou a papai,
um amor sonhado e tanto esperado
por isso até hoje do peito não sai,
revendo a tapera que os velhos moravam

mangueira redonda de vara e tronqueira,
cancha de carreira, que o brejo tapou
a aranha velha em busca parteira,
os pés de fruteira que a terra criou

a ramada grande que o papai mateava
os pés de roseira que a minha mãe plantou
a horta de couve que o guri cuidava
e o forno de barro feitim por vovô

naquele matinho na costa da sanga
eu comia pitanga e armava arapuca
ali se escondia nossos bois de canga
a fugir do arado e não de mutuca

a fonte de água parou de correr
chorei por não ver os meus pés de fruteira
o coqueiro alto que eu comia coco
ainda ví o tronco da guabirobeira

me fui nesse xote chasqueiro do tempo
deixei muito longe a infândia pra tráz
botei na garupa do meu pensamento
rever a tapera dos meus velhos pais

o que a terra cria esse tempo transforma
e jamais retorna do jeito que era
o mundo agitado a vida não espera
adeus meu passado, querida tapera

Álbuns

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1989
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1985
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1995
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