Esta faca prateada
Que hoje eu mostro pra vocês
Pois esta em 93
Naqueles tempos passados
Quando o branco e o colorado
Pica pau com maragata
Com esta faca de prata
Muitos foram degolados
Naquelas revoluções
De combates de entreveros
Sempre havia um prisioneiro
Isso de ambos os lados
Para que fossem julgados
Se iam para quatro estacas
Ou então para o fio da faca
Pra ser morto degolado
Vejam que barbaridade
Os tempos de antigamente
Matavam barbaramente
Sem piedade sem dó
Já com a faca na mão
Dizia o degolador
Você não vai sentir dor
Encoste aqui seu gogó
E ao degolar o vivente
Com aquela prateada
O carrasco em gargalhada
Dizia: Descansa em paz
Gritava traga no mais
Este gorducho pachola
Pra ver a dor da degola
E a cosca que a faca faz
E antigamente era assim
E se diziam macanudos
Mas foi a falta de estudo
Que trouxe esse carranchismo
Se eles lessem o catecismo
Depois dos livros da escola
Não havia tais degola
E nem tanto barbarismo
Mas depois surgiu um homem
Que ganhou as eleições
Findou com as revoluções
E deu estudo pra infância
Coisa de muita importância
Foi findar com as hora amarga
O doutor Getúlio Vargas
Que acabou com a ignorância
Aficionado tradicionário e político, que ostenta o lenço colorado com o nó quadrado (quatro cantos ou rapadura); esse vocábulo, na origem designava ladrão de moça, de cavalo, de gado, etc.
Barbarismo; interjeição que exprime espanto, admiração.
Cortar parcialmente a garganta (a veia aorta)
Indivíduo, criatura, pessoa.