(Vanoci Marques/Hélio Quadros)
Saudade não se enfrena, é ela que enfrena a gente
Vai nos levando a passito, pra derrubar lá na frente
Saudade aperta o bocal que nem arrocinador
Monta, cravando as esporas num coração sofredor
Saudade a gente só mata voltando à velha querência
E assim nos livramos dela até o fim da existência
Saudade fica rondando as ondas do pensamento
Se aprochega, sorrateira, no derradeiro momento
Sem ter pena do vivente, se aloja no coração
Causa tristeza profunda que termina em depressão
Saudade a gente só mata voltando à velha querência
E assim nos livramos dela até o fim da existência
Saudade sabe rastrear que nem cão farejador
Não adianta se esconder na cidade ou no interior
E quando ela resolve judiar da vida do peão
Vai sufocar, dia e noite, nas horas de solidão
Saudade a gente só mata voltando à velha querência
E assim nos livramos dela até o fim da existência