(João Argenir dos Santos)
No dia que tem festança, sou o que chega primeiro
Se tem canha, china e dança, me atiço no entrevero
Meu passo largo na sala, meio perto do exagero
Mas foi assim que aprendi dançar no baile campeiro
No lado esquerdo da sala, lindas chinocas que tem
Mas se olhar pra direita, são chinas lindas também
Na cozinha, bolo frito, frango ao forno do fogão
E a torta com três recheios, somente para leilão
Tem todo o porte de china, tem preta, loira e morena
China gorda, china magra, girafona e mais pequena
E, no surungo campeiro, coringo as prendas bonitas
Quase nunca arrumo nada, então me entorto na birita
A noite sempre é pequena pra quem gosta da folia
Não caio fora de cena antes do raiar do dia
Meu cavalo no palanque espera mais um pouquinho
Estou borracho, não ligo, pois ele sabe o caminho