(Paulo Siqueira)
Aquela espora de ferro
De roseta enferrujada
Que nunca deixei de usar
Durante minhas tropeadas
Quem me deu foi meu avô
Homem sério e de valor
Também de poucas palavras
Quando me deu de presente
A velha espora estimada
Me disse, tem muita honra
E nunca troque por nada
Pra disfarçar a emoção
Uma antiga canção
O velhinho assobiava
Muitas vezes, nos rodeios
Ou mesmo nas tropeadas
Quando esporeava meu pingo
Para jogar uma armada
Parecia até ouvir
O bom velho repetir
Essa espora é muito honrada
Quando olho a velha espora
Lá no museu pendurada
Logo me vem na lembrança
Todas aquelas jornadas
O que sinto no meu peito
Nem sei explicar direito
Uma saudade malvada
Muita gente passa e olha
O museu lá na avenida
E a velha espora fica
Por muitos despercebida
É um objeto e, enfim
Tem valor maior pra mim
É mesmo assim essa vida
Palavras contidas na letra da música.
Peça circular (dentada ou pontiaguda) da espora.