Quando na coxilha grita um quero-quero
Troca orelha o baio, o cusco late, alguém vai chegar
É o sinal dos bichos, que se diz lá fora
Quando na tardinha vem alguém prosear
Se aquieta o tempo, cala a criação
Nem galinha cisca, vai ter viração
Vai, recolhe a roupa que tem no varal
Daqui há pouco a gente vai ter temporal
É assim na roça
Pra quem vive lá
São sinais do tempo
Pode acreditar
Se floresce cedo o pé de maricá
Diz a natureza que o inverno logo chegará
Vai rachando lenha, prepara o fogão
E com o sereno a geada chega branqueando o chão
E se no fim do dia tá vermelho o céu
Lá no horizonte, vira um fogaréu
Vai ser quente o dia, vai queimar o sol
Vou sair bem cedo, achar uma sombra e iscar o anzol
Leves ondulações topográficas no terreno.
Pequeno cachorro (o mesmo que guaipeca).
Orvalho.