(Rico Baschera/João Pantaleão Gonçalves Leite)
Um bom campeiro que se preza tem que ter
Cavalo, laço e cachorro e a china do bem-querer
Um bom campeiro, quando sai pra rodeio
Não liga pra tempo feio, nem que venha o céu abaixo
O que mais gosta é de entrar no entrevero
Que tenha china e gaiteiro e um churrasquito buenacho
Um bom campeiro que se preza tem que ter
Cavalo, laço e cachorro e a china do bem-querer
Um bom campeiro não pode negar a estampa
A canha pura na guampa, faca afiada e palheiro
Chapéu na testa, bombacha e bota ensebada
E a goela sempre afinada, pra cantar pros companheiros
Um bom campeiro que se preza tem que ter
Cavalo, laço e cachorro e a china do bem-querer
Um bom campeiro tem que ter muque no braço
E nunca errar o laço num tiro de decisão
Montar em pelo no lombo de um potro brabo
E surrar de cabo a rabo, como manda a tradição
Um bom campeiro que se preza tem que ter
Cavalo, laço e cachorro e a china do bem-querer
Um bom campeiro não pode temer o perigo
Tem que ser um quera amigo, mui leal e bonachão
Hospitaleiro, sempre pronto e bem-disposto
E jamais virar o rosto, quando alguém lhe aperta a mão
Um bom campeiro que se preza tem que ter
Cavalo, laço e cachorro e a china do bem-querer
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.