Depois da lida sentava
Em frente o rancho a matear
E no horizonte seus olhos
Ficavam a procurar
Um poeira de estrada
Ou qualquer sinal de vida
Que identificasse a volta
De sua prenda querida
Mas como nada acontecia
A esperança era pouca
E aquele mate de espera
Que queimava o céu da boca
Então pegando no vinho
Abraçando com carinho
Cantava com a voz rouca
Gauchinha, gauchinha
Tens pena da minha dor
Eu te peço, queridinha
Um pouquinho só de amor
A dor que tinha em seu peito
Ficava então mais forte
Como é que um índio tão bueno
Era de tão pouca sorte?
Pois em rodeio de amor
A gente nunca se amarra
Mas o laço de um olhar
Me pealou de cucharra
E no vazio que vivia
Na imensa solidão
Cutucava bem mais forte
No fundo do coração
Quanto mais triste ficava
Aí então que cantava
Abraçado ao violão
Vim lá de fora
Sou laçador
Só não pude laçar até agora
O meu amor
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Reunião para cuido, que se faz do gado.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.