Derrepente em minha vida
meu peito virou tapera
já não sou mais o que era
joguei em mim e perdi
sou um índio sem vontade
amargurando a saudade
que estou sentindo de ti
sempre fui bueno de luta
e nunca dobrei a espinha
fui galo pra qualquer rinha
sem escolher o tambor
mas tu chinoca atrevida
aprisionou munha vida
nos bretes do teu amor
antes de tua partida
eu era alegre e faceiro
e pra tudo bom parceiro
e hoje não so mais nada
já não sei mais o que faço
quis te prender com meu laço
e me enrredei na armada
oiga-te! chinoca maula
tão desconfiada de teimosa
arisca, esperta, orgulhosa
como podes ser assim?
minha prenda estou pedindo
sem alarde, sem barulho:
- joga fora o teu orgulho
e vem correndo pra mim!