Quantas lembranças do rochedo do corisco
Deságua o rio são francisco
Nas margens do rio itapé as águas brigam
No encontro dos dois rios
Barco ali nunca subiu
Pois não resiste a maré
Logo para baixo o itapé faz calmaria
Tem poço aonde posa o boiadeiro
Eles esperam o itapé dar a vazante
A nado passa o berrante
Ao comando do tropeiro
Ao por do sol vai chegando as lavadeiras
Pra cima da cachoeira
O itapé faz despraiado
As gauchinhas no chuvisco da garopa
No bate, bate da roupa
Falando de namorado
O pescador vem descendo o são francisco
No rochedo do corisco
Ele escapa da maré
Chega na margem joga a rede prende o grito
Só tira peixe bonito na margem do itapé
Estes dois rios todos são correntosos
Dois serranos perigosos são francisco e itapé
Mas quando chega á margem faz calmaria
Pode fazer pescaria no meio do aguapé
Eu fui criado nas margens destes dois rios
Eu brincava de navio no chuvisco da maré
Hoje estou longe choro, suspiro e padeço
Fico velho e não esqueço são francisco e itapé