I
Nesses versos tão singelo
Minha bela, meu amor
Pra você quero contar
O meu sofrer, a minha dor
Eu sou como sabiá
Quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está
ii
Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade
Eu nasci naquela serra
Num ranchinho à beira chão
Todo cheio de buraco
Onde a lua faz clarão
Quando chega a madrugada
Lá no mato a passarada
Principia o barulhão
iii
Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade
Lá no mato tudo é triste
Desde o jeito de falar
Quando risco na viola
Da vontade de chorar
Não tem um que cante alegre
Todos vivem padecendo
Cantando pra aliviar
iv
Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade
Vou para com minha viola
Já não posso mais cantar
Pois o zeca quando canta
Tem vontade de chorar
É o choro que vai caindo
Devagar vai se sumindo
Como as águas vai pro mar
v
Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade