No meu rancho chegou um bugio
Bem mais feio que briga de touro
Com cara de sorro faminto
E as costelas bailando no couro
Parecia um burro estropiado
Refugado de algum matadouro
Esse bicho, o bugio que alegria
Que sente alergia por água e sabão
Tropeçou em minha simpatia
Pranchando de vez no meu coração
Dei-lhe bóia e canjica com leite
E por ele fiz tudo o que pude
Fui tirar o cascão do danado
Me escapou lá da taipa do açude
Diz que o banho lhe dá alergia
Água fria faz mal à saúde
Esse bicho, o bugio que alegria
Que sente alergia por água e sabão
Tropeçou em minha simpatia
Pranchando de vez no meu coração
Traz nos ombros a preguiça dos anos
E os ouvidos entupidos de cera
Carrapato grudado no lombo
E feridas de tanta coceira
Ganhou fama esse bicho bugio
Por vadio e campeão da sujeira
Esse bicho, o bugio que alegria
Que sente alergia por água e sabão
Tropeçou em minha simpatia
Pranchando de vez no meu coração
Traz os olhos rodeados de craca
E cascão pela fuça bisonha
Sedento dos pés à cabeça
No sovaco morrinha medonha
Faz gambá extraviar-se do trilho
E zorrilho correr de vergonha
Esse bicho, o bugio que alegria
Que sente alergia por água e sabão
Tropeçou em minha simpatia
Pranchando de vez no meu coração
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Cachorro selvagem do banhado.
Guariba, primata sul-americano.