Botei a bombacha nova que comprei da costureira
É de pano de primeira bem do jeito que me agrada;
Camisa branca, lenço colorado,
Um chapeuzinho tapeado bota preta bem lustrada.
E na guaiaca, coldre, cartucheia e tarca
E um trinta de boa marca bem ajeito na cintura
Na charqueadeira binha de couro cru
E neste carbo de xirú só patrão velho me segura.
To com uns pila na guaiaca
E o gogó que é uma matraca onde ninguém me afronta
Quando eu boto a mão nos cobre
Não existe china pobre , é tudo por minha conta.
Tomo uns gole de água benta e um banho me sinto novo
Vou passear lá no povo querendo um achego por lá;
Se não der certo, já esculhambo com pulguedo
E esparramo o chinaredo sem ter medo de apanhar.
Eu pago a conta na importa o preço da lenha
Porém não gosto de manha de china choromingona;
E o macho que me vier com ciumeira
Também entra na polvadeira logo se desapaixona.
Sou assim desde piazito não que eu seja mais que os outros
Criado em lombo de potro bem gaudério ao relento;
Gosto de festa cancha reta e de baralho
E quando não estou no trabalho de um cantar bem pacholento.
Pra quem trabalha sem folga a semana inteira
Não existe outra maneira de alegrar o coração
Se gastar tudo nem preocupado eu fico
Sei que não vou ficar rico com salário de peão.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Vivente amigo e companheiro; é um vocábulo síntese da palavra CHE (amigo) e da palavra IRÚ (companheiro).
A maior autoridade de uma Estância, Fazenda ou CTG.
Denominação dada à antiga moeda de “um mil réis”. Palavra regional que dá nome a moeda nacional, no caso o Real (ex: 10 pila, 25 pila - usa-se sempre no singular).
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Vila, distrito.
Amparo, encosto, auxílio, proteção
Lugar em que se nasce, de origem
Adolescente.
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.
Vivente aventureiro que chegou na Pampa, vindo do Brasil-central; não tinha profissão definida, nem morada certa e não se amarrava ao coração de uma só mulher