(Duca Duarte/Érlon Péricles)
Botando corda, recorrendo as invernadas
Vida de estância pelo sul deste país
Eu ganho a vida sobre o lombo de um cavalo
E vejo o mundo com meus olhos de aprendiz
É seca braba, é chuva forte, é geada fria
Sem desespero, salto cedo e não me entrego
Aprendi moço que o serviço é garantia
E não tem nada, meto a cara e vamo´ a ferro
Vida campeira, que lida buena
O cerne forte do rio grande é tradição
Eu me defendo atracando de mansinho
E me destaco neste ofício de peão
Truco de mano, uma de canha, um pito aceso
Uma cordeona retoçando uma vaneira
Um mate novo, uma rodada com a peonada
E a patacoada numa cancha de carreira
De vez em quando uma saudade pede vaza
Cutuca a mágoa e a tristeza me atropela
Mas não me assusta a solidão rondando o rancho
Pois no domingo sei que vou matear com ela
Vida campeira, que lida buena...
Um laço forte, arreio bueno e o meu tostado
Emparceirado nesse sonho que me guia
Sofrendo as ânsias, esporeando as incertezas
Alma e querência sempre estão em sintonia
Velha fronteira, devoção da minha gente
Salto na frente, não refugo cara feia
Pátria gaúcha, sentimento que me guarda
Quem se garante nunca foge da peleia
Vida campeira, que lida buena...
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Queda do animal com o ginete (campeiro ou domador).
Gabolice, jactância, exibição.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Bom.
Lugar onde se gosta de viver; se quer viver; lugar do bem-querer.