Na barranca do lajeado, pertinho da cachoeira
Quero bem a todo mundo desde a costa até a fronteira
Eu cotado nas festas das morenas mais faceiras.
No lombo de burro xucro eu gosto de fazer asneiras
Se o bicha tá corcoveado pra mim tudo é brincadeira
Corro a espora na virilha, quebro tudo na carreira
Tiro meu chapéu e abano pras gaúchas na porteira.
Eu viajo com boiada da barranca a cabeceira
Por este rincão sem fim por esta terra brasileira
Sou um campeiro feliz sempre trago na carteira
Alguma nota graúda e os miúdos na chibeira.
Durmo embaixo de ramada nos pelegos e na esteira
Que eu carrego na garupa da minha égua ligeira;
De noite acendo o fogo, chimarrão tá na chaleira
Pego minha gaita e toco, só canto moda campeira.
Eu juntei meu capital, vou casar com a fazendeira
Uma gaúcha bonita, dessas morenas trigueiras
Usa bota e bombacha por ser muito cavaleira
Nas estradas e nos campos vai ser minha companheira.
Selvagem.
Lugar isolado em fundo de campo.
Cobertura tosca de um girau com ramas, para sombreamento ou “baile de ramada”.
Anca.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho